Número de apps já chega a 1,8 milhão. Em Curitiba, o panorama é positivo

João G. Pellanda

Número de apps cresceu consideravelmente

Número de apps cresceu consideravelmente

Até 2011, o número de aplicativos para smartphones disponíveis no mercado atingia a marca de 1 milhão. Hoje, pouco tempo depois, o número quase dobrou: em todo o mundo são 1,8 milhão de apps, como são conhecidos. Segundo uma pesquisa feita pela Bitkom (associação das empresas alemãs de tecnologia da informação), quase 36% das pessoas que usam smartphone estariam dispostas a pagar por um aplicativo. Um mercado promissor. E tem brasileiro que já percebeu isso.

Depois de alguns anos se dedicando a um blog sobre a Apple e estudando design, o carioca Victor Anselmé resolveu entrar neste negócio. “Decidi me juntar a alguns amigos desenvolvedores para criar aplicativos que pudessem mudar o mundo, um pedacinho de cada vez”, diz ele, que hoje é designer na empresa New Tabs – desenvolvedora de apps, com sede em várias cidades do país. E a decisão já vem dando resultados.

Segundo Anselmé, o negócio pode render um bom dinheiro, mas, assim como em qualquer ramo, é preciso fazer bem feito. “Os aplicativos medianos e ruins acabam indo para o limbo da App Store”, completa. Os lucros vêm de publicidade e patrocínio, em caso de apps grátis, ou então da compra (apps pagos). O importante é conquistar o usuário.

A principal função de um aplicativo para smartphone é tornar a vida de seu usuário mais prática, em algum sentido. Resolver, desde grandes problemas, até encontrar uma forma de passar o tempo em uma fila, por exemplo. “Com a ideia em mãos, você cria um conceito e vê como isso funcionaria para o usuário”, explica Sergio Fernandes, companheiro de trabalho de
Victor Anselmé.

A produção de apps pode, também, ser destinada à grandes empresas, que buscam complementar alguma ação, ou promover algum produto ou marca. Para Piercarlo Melatti, sócio-fundador da empresa curitibana Ice Cube Inc., que desenvolve ferramentas para web, aplicativos são uma boa forma para as empresas fidelizarem o cliente. “As pessoas não querem só um produto, querem se relacionar com a marca e se identificar com isso”, diz. É um sinal de que a marca se preocupa com o cliente, proporcionando soluções individuais.

Caso uma pessoa tenha alguma ideia, e ache que isso poderia se transformar em um bom aplicativo, é possível tornar realidade. Na internet, há ferramentas que permitem a qualquer um criar um app. Para quem não entende disso, ou então prefere investir em algo mais certo, é possível contratar uma empresa. Caso o aplicativo saia do papel e faça sucesso, os lucros são divididos entre a empresa criadora e o idealizador seguindo uma proporção definida previamente. “No final tudo começa com uma ideia”, diz Victor Anselmé.

Futuro Promissor

Para Sergio Fernandes, o mercado nacional ainda se encontra relativamente aberto. “O que temos ainda é um mercado inundado de aplicativos muito conhecidos, mas que são internacionais, e uma pequena gama de serviços nacionais, que atendam especialmente ao Brasil”, diz. Segundo ele, o mercado aqui é promissor. “O mercado ainda está em crescimento, e carente de soluções feitas para o país”.

Anselmé é mais cauteloso em relação às perspectivas. Ele acha difícil prever, já que tudo depende das grandes indústrias. “Dependemos muito do que as empresas como a Apple anunciarão de novidades para seus produtos, para então sabermos qual será nosso próximo passo”, completa o designer.

Panorama curitibano

Para Piercarlo, é difícil delimitar regionalmente se tratando deste mercado. Mesmo assim, o panorama para a cidade é positivo. “Existem algumas agências de ponta, como por exemplo a SnowmanLabs, que é especialista nisso [desenvolvimento de apps]”, explica. Curitiba está entre o quarto e o quinto mercado de publicidade no país o que, segundo o Piercarlo, permite que os apps daqui sejam desenvolvidos por melhores profissionais, se tratando da relação entre mercado e salário.

Por ser um grande mercado, Curitiba também permite a existência de agências e empresas especializadas no desenvolvimento de ferramentas para web – incluindo os aplicativos para smartphone. Empreendedor nesta área, Piercarlo ressalta que a demanda existe e está aumentando. Segundo ele, o panorama aqui é de crescimento. E um crescimento natural, as pessoas buscam, cada vez mais, os apps. “É uma demanda social antes de ser mercadologica”, completa.